Missão Catequizar!!!

A mais um grupo de Bispos Brasileiros, Papa insiste na necessidade da ação missionária e aponta como modelo o Pe. José Anchieta

06-10-2010 12:36

"Ai de mim, se não anunciar o Evangelho!": a exclamação do Apóstolo Paulo foi evocada por Bento XVI ao receber ontem segunda-feira no Vaticano mais um grupo de Bispos brasileiros, dezoito, da região interior da Amazonia, uma extensíssima área de mais de dois milhões de Km2. O Santo Padre insistiu sobre a responsabilidade de dar cumprimento ao mandato de Jesus que nos mandou anunciar a sua Boa Nova.

Foi porque "Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" que Jesus veio a revelar-nos, por palavras e pela sua vida, os caminhos ordinários de salvação. É verdade que os homens se podem salvar por outras vias, graças à misericórdia de Deus, se eu não lhes anunciar o Evangelho. Mas - completou o Papa - "poderei eu salvar-me se por negligência, medo, vergonha ou por seguir ideias falsas, deixar de o anunciar?"

Ponderando também a objeção que por vezes surge de que "impor uma verdade. ou uma via, ainda que seja a salvação" constituiria uma violência à liberdade religiosa, Bento XVI respondeu citando textualmente uma passagem da Exortação "Evangelii nuntiandi", de Paulo VI: "É claro que seria certamente um erro impor qualquer coisa à consciência dos nossos irmãos. Mas propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas opções livres que essa consciência fará - e isso, sem pressões coercitivas, sem persuasões desonestas e sem aliciá-la com estímulos menos retos - longe de ser um atentado à liberdade religiosa, é uma homenagem a essa liberdade, à qual é proporcionado o escolher uma via que mesmo os não crentes reputam nobre e exaltante. (.) Esta maneira respeitosa de propor Cristo e o seu Reino, mais do que um direito, é um dever do evangelizador. E é também um direito dos homens seus irmãos receber dele o anúncio da Boa Nova da salvação".

No que diz respeito ao caso concreto do Brasil, e aos desafios com que ali se depara a renovação missionária, Bento XVI propôs o exemplo do jesuíta do século XVI José Anchieta: "(.) vem-me a mente a figura do Beato José de Anchieta. Com efeito a sua incansável e generosíssima atividade apostólica, não isenta de graves perigos, que fez com que a Palavra de Deus se propagasse tanto entre os índios quanto entre os portugueses - razão pela qual desde o momento de sua morte recebeu o epíteto de Apóstolo do Brasil - pode servir de modelo para ajudar as vossas Igrejas particulares a encontrar os caminhos para empreender a formação dos discípulos missionários no espírito da Conferência de Aparecida".

Neste contexto, o Papa advertiu contra o risco de "uma visão reducionista do conceito de missão": "Esta não pode ser limitada a uma simples busca de novas técnicas e formas que tornem a Igreja mais atrativa e capaz de vencer a concorrência com outros grupos religiosos ou com ideologias relativistas. A Igreja não trabalha para si: está ao serviço de Jesus Cristo; existe para fazer que a Boa Nova seja acessível para todas as pessoas. A Igreja é católica justamente porque convida todo o ser humano a experimentar a nova existência em Cristo. A missão, portanto, nada mais é que a conseqüência natural da própria essência da Igreja, um serviço do ministério da união que Cristo quis operar no seu corpo crucificado".

Fonte: Rádio Vaticano

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